terça-feira, 23 de julho de 2013

AS ÚLTIMAS GUERREIRAS DE GAYA

por Ernesto Ribeiro



IMAGEM: Amazonas gregas. Cerâmica.  Museum of Antiquities (Antikensammlungen) - Munique/Alemanha. O museu abriga algumas das representações mais importantes das Amazonas dos Balcãs e indo-européias. São estátuas, murais e peças de cerâmica que datam de recuados períodos da antiguidade Histórica.

FONTE DA IMAGEM: Das Amazonenrätsel (PARTE 3, documentário em alemão)

IN YOUTUBE. [http://youtu.be/wywlhL3zANg]

Escavações arqueológicas confirmam a descoberta de fósseis de mulheres armadas para a guerra nas planícies junto ao Mar Negro com os registros da antiqüíssima sociedade isolada de mulheres guerreiras que combateram os gregos na Idade do Bronze.


EM 1993, centenas de tumbas do século 5° a.C. descobertas nas estepes do sudeste da Rússia, perto de Pokrovka, revelaram os restos mortais de mulheres, enterradas com armamento militar.
Na Ásia Menor, a mesma coisa, com surpreendente identificação anatômica. No Marrocos, o fóssil da mais antiga rainha amazona, que fundou a cultura berbere matriarcal.

Na Inglaterra, restos mortais das guerreiras que venceram o Império Romano. Na Grécia, maior herói nacional é rainha amazona que venceu o Império Islâmico. Mais cidades amazonas são desenterradas.



ELAINE MORGAN. Escritora, pesquisadora de Antropologia, jornalista de TV. Imagem retirada do documentário THE AQUATIC APES - BBC, 1998. 
IN YOUTUBE, [http://youtu.be/uTe9qVEAcXk]

Na etapa final da Pré-História, o Neolítico, toda a Humanidade era matriarcal. Este fato vem sendo comprovado desde o trabalho da doutora Elaine Morgan (1920–2013), por exemplo, autora do tratado antropológico The Descent of Woman.
Este trabalho precursor, publicado em 1972, foi o primeiro a argumentar, inteligentemente e irrefutavelmente, o papel igual das mulheres na Evolução Humana. Causou um furor mundial, e tornou-se um ponto de recuperação do legado feminino para a Humanidade para mulheres em toda parte.

A influência do livro é profunda e duradoura. Permanece como o livro-chave em qualquer conversa sobre o lugar das mulheres na sociedade. Além do suíço Dr. Johann Jakob Bachofen, autor de Myth, Religion and Mother Right. Consagrado como o primeiro cientista a provar que tinha existido uma era (o Período Neolítico) em que as mulheres predominaram em todas as sociedades (a Civilização Matriarcal da “Grande Deusa Mãe Terra”).


Elas eram mais do que antigas: eram pré-históricas. É fato comprovado pelos arqueólogos que aquela organização social única surgiu no estágio final da Pré-História durante o Período Neolítico, quando a Humanidade deu o salto para a civilização ao se tornar patriarcal, e se desenvolveu até se expandir durante a Era do Bronze. Uma das razões de terem desaparecido sem deixar registros próprios é que nem sequer tinham língua escrita.

CULTO ÀS AMAZONAS

 De acordo com as fontes antigas (Plutarco, no seu Teseu, e Pausânias), tumbas das amazonas podiam ser encontradas frequentemente por todo o mundo grego, juntamente com estátuas que as representavam. 

Tanto em Cálcia como em Atenas, segundo Plutarco, existia um Amazoneu, ou santuário dedicado especialmente às amazonas, o que implicava a presença de um culto.

No dia que antecedia a Teseia, em Atenas, sacrifícios eram feitos anualmente às amazonas. Em tempos históricos, as donzelas gregas de Éfeso executavam uma dança circular, vestindo escudos e armas, uma tradição que teria sido estabelecida por Hipólita e suas Amazonas. As Amazonas também teriam erguido uma bretas, ou estátua de madeira, da deusa Ártemis.


MATRIARCALISMO


Com o surgimento do patriarcalismo, as tribos da primitiva cultura matriarcal foram sendo atacadas até quase se extinguirem da Terra — exceto numa região isolada geograficamente. 


Foi onde as últimas forças do matriarcado se concentraram e reagiram à pressão contrária, levando a dedicação guerreira ao seu paroxismo.As Amazonas foram o resultado final desse esforço de pensamento bélico do matriarcalismo mais radical.

Isso elimina o velho mito romântico da sociedade alternativa que teria se formado como um refúgio feminista para uma utopia de paz. Na verdade, foi exatamente o contrário: o que determinou a gênese da tribo das Amazonas foi a extrema necessidade de formação para a guerra.

GUERREIRAS

Exames de DNA e datação por Carbono 14, enfim, lançaram luz sobre o mito estabelecendo fatos de maneira definitiva. A primeira evidência direta do status dessas mulheres guerreiras veio com as escavações arqueológicas que vêm sendo feitas há mais de duas décadas. Em 1993, foram descobertas de tumbas com fósseis/restos mortais de mulheres armadas para a guerra e a caça nas planícies russas.


Aquelas mulheres guerreiras levavam suas armas até para a sepultura, exibindo todos os sinais de que eram frequentemente usados com propósitos militares: machados de dois gumes, espadas, lanças, facas, escudos, capacetes, arcos e flechas com pontas metálicas. Os itens foram forjados em bronze, ferro e aço.




Peça de ouro encontrada nas escavações das tumbas amazonas, ao sul da Rússia, 1994, pela equipe da arqueóloga, Dra. Jeannine Davis-Kimball.

A análise dos corpos denota que muitas estavam com ferimentos de batalha e tatuagens de guerra (caveiras com ossos cruzados, etc.) ou de animais de totem (lobos, cavalos). Junto com espelhos de todos os tamanhos, brincos, colares, pulseiras, tiaras, braceletes, broches e outros adornos femininos ricamente elaborados em ouro puro.

“A forma física delas era bem desenvolvida” diz a arqueóloga Dra. Jeannine Davis-Kimball. “Nós vemos isso nas tumbas. Nós encontramos mulheres extremamente fortes, realmente poderosas. Até a estrutura óssea era superior. Elas tinham uma concentração de cálcio nos ossos muito maior que as mulheres comuns, o que lhes deixava com um esqueleto mais forte, mais duro e mais resistente.”
 


















Arqueóloga, Dra. Jeannine Davis-Kimball. Uma, em cada 12 mulheres encontradas por Davis-Kimbal, nas escavações de 1994, no Sul da Rússia,  havia sido enterrada com armas e outros artefatos de guerra, há 2,300 anos atrás. 
IMAGEM: HISTORY CHANNEL
[http://youtu.be/PcxEFkdkEgo]

Todos os indícios apontam para o fato de que que elas desenvolviam muito a musculatura exercendo a caça. O ambiente rústico (rus, em grego, que nomeou a Rússia) exigia muito esforço para sobreviver nessas condições. Foram as mulheres mais fortes que já existiram. E elas eram grandes. 

EUGENIA
  
A maioria dos corpos adultos tem mais de 2 metros de altura, o que as tornava cerca de 40 centímetros mais altas que a média dos homens gregos na época. A superioridade física delas nas batalhas devia ser descomunal. 

Uma explicação para essa diferença física é que elas sempre escolhiam ter filhos com os guerreiros mais altos, fortes e espertos. Assim, as Amazonas também foram a primeira cultura a praticar deliberadamente a eugenia (em grego, seleção genética.)   

...CONTINUA 

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